quarta-feira, 29 de abril de 2015

A imbecilidade tem rosto

O presidente do Instituto Português do Sangue e daTransplantação (IPST) falou hoje no Parlamento a propósito da doação de sangue por parte de Homossexuais.
Diz este iluminado que os homossexuais não podem dar sangue se não estiverem abstinência sexual.
Esta indicação é suficiente para afirmar que não se trata de preconceito na orientação sexual, mas sim na prática sexual: sexo anal.
Se um homem tiver sexo com outros homens, não pode dar sangue.
Ok, então as lésbicas podem dar, correcto? Não são homens e seguramente não fazem sexo anal!!
Sexo protegido já não faz diferença?
Sempre ouvi dizer e considero-me informado, que fazer sexo nunca foi alvo de contágio de doenças, DESDE que fosse protegido, certo?
Parece que o presidente do ISPT ainda não foi informado sobre esta realidade.
Mais uma pergunta por favor: e se for heterossexual e fizer sexo anal, posso dar sangue?
E para terminar: E se for homossexual, tiver sexo com outros homens, mas não praticar sexo anal, fico incluído no grupo dos heterossexuais, das lésbicas ou dos homossexuais?
Segue a informação pormenorizada através do DN


Presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação disse hoje no Parlamento que o "contacto sexual de homens com outros homens é definido como fator de risco".

O presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) afirmou hoje que é um fator de exclusão para a dádiva de sangue ser homem e ter tido sexo com outros homens.
Segundo Hélder Trindade, que foi ouvido hoje na Comissão Parlamentar de Saúde, o instituto não faz qualquer discriminação em função da orientação sexual, mas sim em função da prática sexual.
"O contacto sexual de homens com outros homens é definido como fator de risco", admitiu o presidente do IPST, sem contudo reconhecer tratar-se de preconceito como acusam os partidos da oposição.
O sangue doado é sempre testado antes de ser usado, mas o questionário realizado ao dador é considerado um passo crucial para a segurança da transfusão, na medida em que há uma "janela de tempo", que é variável, em que o VIH pode não ser detetado na análise ao sangue doado.
No final da comissão parlamentar e em declarações aos jornalistas, Hélder Trindade voltou a explicar que está definido como fator de exclusão para a dádiva de sangue "ser homem que tem sexo com homens".
Apesar de a pergunta ter saído dos questionários escritos feitos antes das dádivas de sangue, continua a haver indicações para que seja sempre formulada a quem se apresente para doar sangue.
Hélder Trindade entende que não se trata de um preconceito, uma vez que nada é perguntado sobre a orientação sexual, mas antes sobre o comportamento sexual.
"O que o instituto questiona é o comportamento de risco. Tanto faz se é homo ou heterossexual. Não há discriminação por grupos de risco, mas sim por comportamentos de risco", afirmou, adiantando que o dador não será excluído por se assumir homossexual, mas por praticar sexo com outros homens.
O presidente do IPST sublinhou que o mesmo se passa em vários outros países europeus e também nos Estados Unidos, apesar de na Europa a matéria não ser consensual.
Para justificar o que está estabelecido em Portugal, cita dados do Centro Europeu de Controlo de Doenças segundo os quais a prevalência do VIH/sida é "bastante mais elevada" nos homens que fazem sexo com homens.
"O contacto sexual de homens com homens é definido como um fator de risco. A homossexualidade não é assumida como fator de risco", indicou o responsável aos deputados durante a audição requerida pelo Bloco de Esquerda.
Perante as explicações, os partidos da oposição foram unânimes em considerar que o fator de exclusão assumido pelo IPST continua a ser discriminatório.
"A categoria 'homens que têm sexo com homens' é uma categoria preconceituosa e é absurda do ponto de vista da avaliação do risco. Primeiro presume que um homem que faz sexo com homens faz sempre sexo anal. Depois não considera o fator da desproteção. O fator de risco são as práticas sexuais desprotegidas", defendeu José Soeiro, deputado do Bloco de Esquerda.
Para a deputada do PS Elza Pais, "as garantias de segurança para quem recebe a dádiva devem ser feitas com base no rigor científico e não no preconceito".
"O sexo anal não é exclusivo de homens que têm sexo com homens. Se se entende que o sexo anal é fator de risco, como se garante a segurança quando os heterossexuais também têm sexo anal?", questionou Elza Pais.
Paula Santos (PCP) disse que os argumentos do IPST eram contraditórios e referiu-se ao critério de exclusão da dádiva de sangue como uma "discriminação".
O BE, que requereu esta audição, considerou ainda que a interpretação do instituto "viola a decisão e o espírito" de uma resolução do parlamento estabelecida em 2010 que recomendou ao Governo abolir qualquer discriminação dos homossexuais e bissexuais nos serviços de recolha de sangue.
Nessa resolução recomenda-se a reformulação de todos os questionários que contenham enunciados homofóbicos, nomeadamente em relação a questões relativas a relações sexuais entre homens.
A mesma resolução de 2010, aprovada sem votos contra, recomenda a elaboração de um documento por parte do governo que proíba expressamente a discriminação dos dadores com base na sua orientação sexual.
O governo decidiu a este propósito criar um grupo de trabalho no IPST, que até ao momento não apresentou conclusões, como admitiu Hélder Trindade, garantindo apenas que deverá haver conclusões "em breve".
Hélder Trindade frisou que o "IPST não tem preconceitos" e que debate estes assuntos com um olhar "técnico e científico".

8 comentários:

  1. Há gente idiota. Esse senhor é um deles.

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  2. Como referi no blogue do Namorado quanto a este assunto, é preconceito puro. Não há grupos de risco, há comportamentos de risco, e se a lógica é a do sexo penetrativo, anal, a cópula heterossexual envolve igual perigo, uma vez que um homem portador do HIV pode, por essa via, contaminar uma mulher que, por sua vez, poderá ser uma potencial dadora. A mensagem é uma e inequívoca: passar-nos por promíscuos.

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    1. O mais irritante disto tudo é haverem pessoas com responsabilidade cívil, em organismos estatais e com esta mentalidade.
      É nesses casos que julgo que ainda temos muito que evoluir.

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  3. Eu acho que este senhor devia entrar em abstinência total. Assim evitávamos que os seus genes se propagassem...

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    1. Acho que quanto a isso já devemos estar descansados que não vai acontecer porque as mulheres são seres inteligentes e ninguém há-de copular com este mentecapto.

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    2. Olha que conheço algumas... LOL
      bem, vou-me calar xD

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