quarta-feira, 27 de maio de 2015

Voltar ao armário ou mandá-los Fod&#?

Já referi neste blog que não tenho amigos gays mas já saí há muito tempo do armário, mas não totalmente.
Todas as pessoas que são importantes para mim sabem qual é a minha sexualidade, com quem vivo e namoro e nunca foi problema. Sou um sortudo, eu sei!
No entanto, desde que mudei de trabalho, há um ano, não fiz questão de falar da minha vida privada.
Com a rotatividade de colegas que tenho, dificilmente teria uma relação mais forte além dos simples colegas de trabalho.
No entanto como sou muito emotivo, deixei-me levar pelos sentimentos e fui gostando da maior parte daquelas pessoas.
Actualmente duas pessoas conhecem-me melhor. Sabem que sou gay e é pacífico (até porque um deles também é, e a outra tem vários amigos/as que também são).

De resto, para o restante pessoal, continuo a ser hetero ou assexuado, uma vez que não falo de mulheres (nem de homens, a bem dizer).
Somos uma equipa unida, apesar de tudo. Por vezes saímos tarde do trabalho e para descomprimir vamos aos copos.
Até aqui tudo bem.
O problema começa quando a conversa segue, indubitavelmente, para os assuntos pessoais.

Com quem vives? Namoras? porque vives aqui se és de outra cidade? bla bla bla...
Passa um video na TV: olha aquela!!! Olha só para aquelas mamas!!

Não!!! Não quero saber das mamas da gaja para nada, já o gajo que está com ela, se calhar marchava!!
Não, não quero regredir no tempo e voltar a ser uma pessoa que não existe.
Não, não quero ter de mentir sobre a minha vida privada, porque como o nome indica, é privada;
segundo porque sou diferente de vocês, mas não quero ter de dar justificações sobre assuntos que não vos interessa.

Poderão perguntar: então porque não dizes a verdade??!
Pá, porque os locais de trabalho (ou será só o meu??) parecem o secundário e se me assumisse passaria a ser o paneleiro lá do sítio.
(Digo isto porque já ouvi comentários sobre outras pessoas que não me agradam.)

Recentemente fui ao continente com o P.
Parece que uma iluminada viu-nos e comentou no trabalho:

- Vi o M às compras e estava acompanhado.... (silêncio)
   Com um homem.... (silêncio)
   Pareciam.... cala-te boca!!

É isto!!

21 comentários:

  1. eu voto no "mandá-los f$%&"!

    até te podes dar bem com as pessoas com quem trabalhas mas não tens de lhes dar justificações.
    em tempos tive uma colega que suspeito ser lésbica. dou-me muito bem com ela, ela sabe que eu não tenho problema nenhum com homossexualidade e, ainda assim, nunca se sentiu à vontade para mo dizer.
    pronto, nada contra!

    eu própria nunca disse explicitamente que namoro... há pessoas que sabem porque me são mesmo muito próximas, as outras podem suspeitar mas certeza absoluta não terão... e ficamos por aí! ;)

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    1. Pois, também tenho colegas que já desconfiam e outros que não fazem a mínima.
      Outros ainda muito curiosos, mas como se costuma dizer: quem muito quer saber, pouco se lhe diz. ;)

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  2. Revejo-me quase do início ao fim do teu post.
    Amigos gay, tenho dois ou três. Colegas de trabalho, nenhum sabe oficialmente mas os mais open minded acho que já se aperceberam. Como trabalho na indústria, concordo contigo, passaria a ser o paneleiro.
    Sou assumido comigo e com todos os que fazem parte da minha vida. E mais não devo a ninguém.

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    1. Exacto, é o que eu tenho feito.
      O meio de profissional é muito instável para abrirmos a nossa vida a colegas, digo eu.

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  3. No meu trabalho não sei se alguém desconfia, mas penso que não. Apesar de ter um colega que me chama maricas... Lolol
    mas, apesar de as vezes ser inevitável falar da minha vida pessoal, sou um bocado "cioso" desta. seja a nível de preferências sexuais seja a nível político...

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    1. Eu, de um modo geral também sou reservado e no que diz respeito à minha vida privada, ainda mais, por isso é que mantenho o low profile.

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  4. Realmente as pessoas adoram meter-se onde não são chamadas. Tenho um colega de trabalho bixa de 50 anos que se assumiu o ano passado para o mundo porque arranjou um namorado com quem vive, e agora, por causa disso, acha que tem que abrir as portas dos armários de toda a gente. Haja paciência é o que te digo.

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    1. Costumo dizer que se as pessoas gostam de falar da vida dos outros é porque querem esconder alguma coisa da própria vida. tentam desviar as atenções.
      Haja paciência mesmo!!

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  5. Para mim a melhor política e a descontracção. Os meus amigos sabem. No meu trabalho sabem e mais ou menos onde estou inserido acabam por saber com naturalidade. Porque não me importo responder a perguntas como «vives sozinho?», «namoras?» respondo a verdade como o meu irmão faz quando lhe perguntam o mesmo. Ele é hetero e eu sou homo. E a vida é igual para os dois. Curiosamente no trabalho acabei por ser uma fonte de informação importante para várias pessoas que pensavam que ser gay era ser efeminado. Uma vez num almoço, uma colega nova, católica e catequista disse-me «parece que conheces muito bem Espanha». E eu respondi «Sim, o meu namorado é espanhol». Só duas semanas depois ela me disse que pensou ter ouvido mal. Porque eu não parecia. Ninguém diria. Ao que eu respondi «há aos magotes, aqueles que ninguém diria e se calhar alguns casados na tua terra de toureiros». Ocorre que eu conhecia um vizinho dela. Não admito que o preconceito me impeça de ser normal e natural. O tal namorado espanhol foi fundamental para isso. Se me apetece partilhar carinho em público porque não? Eu beijo o meu namorado na rua se me apetece e se tenho amigos ou bons conhecidos partilho a vida que faço. Tal como fazem os outros dentro de um clima de normalidade. Não vivo num mundo onde sou 100% aceite, mas eu não tenho problema nenhum e quanto mais viver os meus afectos com normalidade, mais normal me verá uma boa percentagem de gente que agora não vê. Os estúpidos serão sempre estúpidos e o que dizem ou possam fazer passa por baixo. De todas as formas também não me coloco em perigo, em ambientes que podem ser lesivos. Mas não aceito restrições aos meus direitos fundamentais, só em casos extremos, e à partilha uma vida com um outro significativo e exercer os meus afectos livremente. O sol sempre fez bem a toda a gente :)

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    1. Eu concordo plenamente contigo, mas o problema está quando as pessoas não sabem viver com outros que têm uma "vida" diferente. Alias, as pessoas continuam a recusar a diferença, embora digam que não.
      Para evitar que se ocupem demais na minha vida, evito contar.
      Mas depois entro nesse dilema de ter de mentir sobre algo natural :(

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  6. Se deres demasiada importância ao assunto, aí sim, torna-se um problema, mas sobretudo, para ti. Não tens de te assumir no local de trabalho, nem tão pouco tens de voltar para o armário, basta alinhares no jogo, brincares com a situação... Pelo menos, é o que eu tenho feito e resulta! :))

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    1. O que tenho feito é andar nos pingos da chuva, ou seja, manter-me na minha.
      Quando fazem perguntas sobre a minha vida, desvio o assunto.
      Mas concordo contigo que se der demasiada importância, corre mal.

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    2. Sim e és paneleiro!!!
      E então?!
      Releva isso. E gozam?! Deixa-os gozar.
      Gozam no primeiro mês e depois esquecem-se.
      E tu segues.
      Sim ficas o paneleiro do trabalho.
      Também há a burra, o lontra, a beata, o gordo. (Claro que não têm o mesmo peso negativo...)
      Mas mentir ou esconder? Esquece isso. É uma batalha sem fim é uma carga de tormentos.

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    3. também é verdade: pode durar um mês o gozo, mas não deve ser muito mais que isso porque entretanto descobrem outra "novidade" qualquer sobre um outro colega e as atenções são desviadas.
      Gostei do teu comentário. no início achei muito radical, mas em parte tens razão.
      Obrigado :)

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    4. Pessoal, o problema não é o gozo. Há muito patrão capaz de nos fazer a vida negra. não serão a maior parte das empresas, mas de certeza acontece.
      Os discursos que ouvi do nosso administrador não foi, "olha a borboleta" ou "pega de empurrão", foi mais do género "paneleiros de merda, deviam acabar com eles todos"

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  7. Quando comecei a trabalhar fui conhecendo as pessoas e falava um pouco de mim, do que gosto blah blah blah e aos poucos e poucos fui curtando, sobre a minha sexualidade ninguém vem ter comigo querer saber coisas mas certamente falam por trás. Atualmente tento não criar grandes laços com quem trabalho, e o que me custa é passar tanto tempo com pessoas sem elas imaginarem o que se passa comigo. Chego ao final do dia esgotado mas antes assim do que estarem a comentar sobre a minha vida.

    Sabem algumas coisas, mas sabem pouco e porque sou uma pessoa que gosta de partilhar, até nisso comecei a cortar. As tatuagens e o bigode serviram para termos algum tema de conversa. Mas nunca perguntaram porque é que ando diferente, na realidade as pessoas gostam é de cusquices!

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    1. É o que eu digo: deve ser muito interessante falar da vida dos outros que assim ninguém comenta a sua própria vida.
      Todos temos telhados de vidro e hás-de reparar que quem mais quer saber ou fala da vida dos outros, são aquelas pessoas que mais cedo ou mais tarde se descobre um segredo qualquer.
      Que tenham segredos, é-me indiferente, mas não comentem a minha vida.
      Não é pedir muito...

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  8. Uns querem que todos saiam do armário pois com certeza querem uma sociedade mais aberta nesse assunto, outros querem privacidade, outros gostam de falar sobre os outros (de facto tudo o que fazemos é muito à base disto, o entretenimento está todo voltado para isto), e destes gostam de ser mauzinhos, enfim aproveitam a sua pseudo-confiança no mundo tolerante que é a civilização europeia.

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    1. Sim há vários tipos mas no meu caso sou assumido para quem interessam Família e amigos).

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  9. Se vc ja esta bem resolvido com vc, se as pessoas que considera ja sabem... aperte o botão FO**-SE... Eu entendo como se sente, muitas vezes passo por isto, mas bem rapido eu digo algo como "meu namorado esta viajando" ou "meu namorado curte isto também"... isto normalmente evita que as pessoas sequer comecem a fazer perguntas... rsrsr

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    1. Sim, já mais que uma vez me sugeriram isso: falar naturalmente do meu namorado e as pessoas não fazem grande alarido.

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